terça-feira, 9 de agosto de 2011

NÃO É SÓ UMA BRINCADEIRA


Como muitos dos problemas atuais, o bullying nos foi apresentado sem ter nem mesmo uma denominação, não porque tenha surgido agora, mas porque a sociedade havia fechado os olhos para ele. Agressões orais e físicas - como humilhações "públicas", tapas e socos quando por parte de um grupo considerado "superior" contra o indivíduo - caracterizam o bullying. Este problema só foi levado a sério quando alunos e ex-alunos entraram armados nas escolas e abriram fogo contra crianças e adolescentes.

Decerto, a estratificação social nas escolas não é novidade. No período da adolescência, principalmente, há tempos em que os estudantes são divididos em populares (agressores, em sua maioria, "invejados" e "venerados") e impopulares (vítimas, em potencial). O que faz com que o bullying precise ser duramente combatido é que, como tudo o mais atualmente, as formas de agressão evoluíram. Agressões físicas passaram a ser muito frequentes e, também por isso, o bullying não pode ser visto como uma brincadeira que se limita à infância. Na fase característica das agressões, a vítima, assim como os agressores, estão procurando ser aceitas e, por isso, as aparentes brincadeiras marcam a vida do agredido, influem no seu crescimento e no adulto que virá a ser um dia.

Quem pratica o bullying pode vir a tornar-se um adulto problemático e, dessa forma, o que na adolescência era uma brincadeira pode causar a morte de um inocente, como por exemplo, o índio queimado por jovens alcoolizados há certo tempo, ou seja, uma pessoa foi morta por causa da intolerância às diferenças e a alienação desses jovens. A vítima do bullying carrega as marcas das agressões a que foi sujeita para o resto da vida, tornando-se uma pessoa fechada, isolada das demais, ou toda a agressão, toda a humilhação sofrida antes pode eclodir em um problema que surpreende a sociedade, nos mostrando que o bullying não é um problema que se encerra na escola. Exemplos desses casos são os alunos e ex-alunos que ferem gravemente estudantes nas escolas, detruindo não só a vida deles, mas a sua também.

As causas do bullying estão enraizadas em fatores que vão além dos muros das instituições escolares. Por exemplo, os padrões de beleza estabelecidos pela mídia é determinante para quem virá a ser o agressor e a vítima do bullying. É inaceitável que o governo e as entidades estudantis fiquem de braços cruzados vendo um problema que, evidentemente, abala nossos jovens passar de geração a geração. Campanhas e programas para conscientizar os agressores e amparar as vítimas devem ser incentivados.

O bullying não pode ser visto como uma brincadeira. Ser gordo ou ser magro, pobre ou rico, "feio" ou bonito, não torna ninguém melhor nem pior. Devemos nos colocar no lugar das vítimas, e talvez assim, casos como de jovens abrindo fogo contra estudantes, "descontando" o que passou no colégio e queima de índios, ou qualquer pessoa considerada diferente, possam ser evitados.

Ana Beatriz Amorim
(CALL, 1º e 2° anos, terça-feira, sala 08)

Nenhum comentário: