quinta-feira, 23 de setembro de 2010

PREVENIR PARA NÃO REMEDIAR


É certo que o mundo mudou. O mundo de hoje já não se parece tanto com o de décadas atrás: podemos fazer tudo mais rápido, as informações vêm a nós na hora que desejarmos; as coisas já se movem com um apertar de botões. Mas tanta rapidez não gerou mais tempo livre, rapidez gerou mais rapidez e hoje nem sequer temos tempo de nos preocupar com o que ingerimos.

Para as vítimas da tecnologia, comer virou algo banal, virou piada. Cozinhar? Essa palavra nem está mais no vocabulário das novas gerações. A moda agora é fast food, é comer o que está ali na esquina para dar tempo de voltar logo ao trabalho. Moda essa que favoreceu também a quem antes não tinha desculpa para escapar daquele feijão com quiabo do dia-a-dia. Feijão não é “fast”. Fast, então, é ver as taxas se alterarem, é destruir o corpo por dentro sem mal notar. A sociedade atual é acometida por diversas doenças causadas pelos maus hábitos alimentares, como é o caso da diabetes e da hipertensão. Doenças que antes eram comuns apenas entre os idosos, agora já são comuns entre gente mais jovem. Chegam silenciosas, ficam, sem piedade.

Existem dois tipos de diabetes, a genética e a adquirida, sendo essa segunda causada pela ingestão exagerada de açúcares, glicoses, à longo prazo, o que é fácil de acontecer pela quantidade de refrigerantes e sobremesas acessíveis á população. Quando não controlada, a diabetes causa diversas complicações, desde a cegueira, amputação de membros, falência renal e até infarto. Mas não são apenas os mais gordinhos que estão na lista de risco; basta ter exagerado na dose ao longo dos anos que as taxas podem ir às alturas. Hoje, em média, 11% dos brasileiros estão diagnosticados com diabetes, 1% a mais que há apenas três anos.

Contudo quem é fã do sal extra na batata frita também deve tomar cuidado: em média 24% da população sofre de hipertensão, 3% a mais que em 2006; sendo o alerta maior para as mulheres: elas são maioria na pesquisa. Essa doença é caracterizada pelo aumento da pressão arterial, o que acarreta em fatores como infartos, derrames e problemas nos rins.

Vale salientar que as duas são doenças das quais se exige do paciente um tratamento diário e cuidadoso quando adquiridas. Apesar de assintomáticas, não se deve interromper o tratamento quando o quadro médico se mostra aparentemente normal, pois é sobre o efeito dos medicamentos que tal fenômeno acontece. Além disso, nos dias de hoje, com o avanço da medicina, já é possível ao portador uma boa qualidade de vida. É importante que se previna para que não se precise remediar, controlar o que se consome agora para se poder consumir, nas doses corretas, por muito mais tempo.

Julianne da Nóbrega
(CALL, 1º e 2º anos, terça-feira, sala 7)

DOLOROSA, MAS QUASE SEMPRE NECESSÁRIA

Órgãos, políticos e entidades do nosso país estão discutindo sobre a aprovação de uma nova lei. Basicamente, ela proíbe o uso da agressão física como um meio de os pais educarem seus filhos.

Diante de tal situação, a população brasileira dividiu-se. De um lado estão aqueles que são a favor da lei e do outro, os que são contra. Os que defendem o projeto afirmam que a criança não tem como defender-se e acreditam na educação com base, somente, no diálogo. Não discordo, vendo de forma generalizada. Entretanto, quando analiso as situações familiares de forma individual, percebo que cada caso é um caso e, nem sempre, o diálogo resolve o problema.

É exatamente esse o primeiro motivo que me faz ser contra. Nem toda criança aprende somente com o diálogo e repreensão verbal dos pais. Estas, que não podemos considerar como minoria, necessitam de uma punição, por assim dizer, mais dura, que geralmente é a famosa “palmada’’. O segundo motivo pelo qual sou contra é a intervenção na forma educacional de cada família. Muitos filhos não respeitarão os pais e às normas, afinal, a conseqüência será apenas uma “conversinha’’ ou, no máximo, uma bronca indolor.

É preciso analisarmos de forma cuidadosa essas consequências. Penso que é dever da escola, além dos pais, formar cidadãos, já que as crianças passam mais tempo nela do que em casa.Contudo, se o Estado não investe em suas escolas, deixando a responsabilidade de formação moral inteiramente para os pais, não deveria intervir na forma destes realizarem essa árdua tarefa.

Raquel Cristina Farias de Medeiros
(CALL, 1º e 2º séries, sala 9, quinta-feira)