terça-feira, 22 de junho de 2010

UM MILAGRE NO BRASIL: A JUSTIÇA FOI FEITA

Fazendo a minha caminhada diária pelas ruas de São Paulo, passei em frente ao Fórum de Santana, como todos os dias eu faço. Porém algo diferente ocorria por lá. Havia jornalistas, velho, menino, cachorro... Toda São Paulo estava lá. Sem entender o que estava acontecendo, indaguei a uma senhora o porquê de tudo aquilo e ela me respondeu com um tom de indignação: “Eu não acredito que a senhora não saiba que hoje é o dia do julgamento da menina Isabela e que esse está ocorrendo aqui!”

Pois é, desligada como sempre, esqueci do caso do ano. O da jovem Isabela, que aos 5 anos foi defenestrada do edifício onde seu pai morava. Esse que, junto à madastra da jovem, eram os principais suspeitos.

Também, com todas as evidências apresentadas pela perícia, era difícil acreditar em uma terceira pessoa. Porém o que mais me aterrorizou nesse caso foi a questão de o assassino ser o próprio pai! Como ele pode fazer isso com a sua única filha? Essa era a pergunta de muitos presentes naquela rua, não só nela, mas de todo o Brasil.

Curiosa para saber do desfecho daquele caso e com medo de levar outra resposta indignada, montei acampamento no Fórum. Não só eu, mas umas 5.947.891... pessoas.

Como qualquer bom brasileiro, levei a minha “mini” televisão. Lá acompanhava tudo, até a frieza que aquele “pai” tinha em seus depoimentos. Ele parecia ter desculpa para tudo e quando não tinha utilizava a frase da moda: “Não me recordo”. Uma expressão muito comum na política atual e que está me levando a crer que o país está tendo uma crise de amnésia. Por incrível que pareça, só ocorre no momento que a pessoa está sendo investigada ou julgada.

Após dias acampada, o julgamento chega ao fim. Fogos são lançados e a alegria de justiça feita, milagrosamente rápida comparada a outros casos, atinge a todos, menos ao advogado dos Nardoni. Esse que acabara de anunciar em público que irá recorrer à decisão. Só não sei com qual desculpa, pois com as evidências periciais, só admitindo que o pai é o culpado.

Beatriz da Silva M. Cavalcanti

(CALL 1º e 2º anos, terça-feira, sala 9)

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