A China está preparando um projeto de lei que pode castigar os filhos adultos que não visitam os pais idosos. Essa mudança legal é importante em um país em que a porcentagem de pessoas da terceira idade é cada vez maior e traz consigo muitos benefícios, como a questão do respeito ao idoso e à vida, inspirando países que se espelham na China para se desenvolver. Mas será que essa lei poderia dar certo em um país como o Brasil, que, como a China, vem ganhando cada vez mais importância no cenário internacional e também está em um processo de envelhecimento da população? A resposta é provavelmente não.
Enquanto na China, o respeito pelo mais velho é ensinado através de importantes tradições religiosas e culturais, no Brasil a realidade é bastante diferente. Deputados da comissão de direitos humanos da câmara percorreram, há algum tempo, asilos no território brasileiro e constataram que idosos vivem em situação de abandono e sem tratamento adequado nessas instituições. Também, o instituto de ciências criminais fez um estudo sobre a violência e constatou que cerca de 650 mil idosos são agredidos por ano no Brasil.
De acordo com o professor do departamento de sociologia da Universidade Federal do Pará, Jaime Luiz Cunha de Souza, a sociedade brasileira esconde o idoso porque na verdade não consegue se ver nele. É como se ela estivesse rejeitando aquilo que ela é. Ele representa uma parte que a sociedade não aceita. E o pior é que muitas vezes isso envolve agressão.
Com isso, concluímos que a sociedade brasileira não está preparada para lidar com a lei chinesa. Pra que isso aconteça seria necessário ao brasileiro um maior senso de humanidade e valores, assim como a capacidade de perceber que daqui a alguns anos poderá ser ele que ocupará o lugar daquele idoso maltratado e desvalorizado.
Gentile Humanus
Lucas Guedes
(CALL, 1º e 2º anos, terça-feira, sala 8)
Nenhum comentário:
Postar um comentário