Senhor José Luiz Datena,
Sou telespectadora do seu programa, Brasil urgente, há 10 anos e sempre gostei das suas críticas sobre os acontecimentos que o senhor exibe na TV, mas no dia 27 de julho de 2010 foi ao ar um pedreiro que fuzilou um menino de 2 anos e depois foi dormir. Diante disso, o senhor fez algumas acusações contra a classe dos ateus. Segundo o senhor, “os ateus são pessoas sem limites, por isso matam”, “é só perguntar para esses bandidos que cometem barbaridades para ver que eles não acreditam em Deus”. Tais acusações precisam ser provadas.
Segundo uma reportagem da revista Superintessante, nos Estados Unidos foram registrados 4.392 casos de abuso sexual envolvendo padres nos últimos anos. Será que estes padres eram ateus, Datena? A justiça federal abriu ação penal para investigar Edir Macedo por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha, ou seja, pessoas que acreditam ou dizem que acreditam em Deus também cometem crimes, uns mais graves que outros. Portanto, a prática de crimes não é uma prerrogativa dos ateus.
O Brasil é um país laico, ou seja, é um país que é oficialmente neutro em relação às questões religiosas, tratando todos os cidadãos igualmente independente de sua crença. Portanto, o senhor não tem o direito de criticar a escolha de religião de cada pessoa. O artigo 339 do código penal diz que para acusar alguém você tem que provar. Se for considerado calúnia, é crime. Então, o senhor tem que provar que todos os ateus são criminosos e que todos que acreditam em Deus não são. Todas as pessoas já pecaram alguma vez na vida, mas cabe a Deus julgar o tamanho do pecado.
É hora de parar de criticar o próximo e pensar na nossa própria vida. Deus olha o coração da pessoa, segundo a Bíblia.
De uma telespectadora católica
Amanda de Almeida Lopes
Natal, 19 de outubro de 2011
Amanda de Almeida
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