segunda-feira, 10 de outubro de 2011

DE BAIXO D'ÁGUA

A capital potiguar tem sido mais uma vítima das fortes e contínuas chuvas que vem ocorrendo. O comércio, as repartições públicas, hospitais, colégios e casas populares são apenas alguns dos inúmeros afetados. Poderíamos dizer que a natureza não está agindo a favor de Natal e que a culpa é totalmente dela. Mas, seria em parte uma grande ironia. Convenhamos, a cidade é completamente despreparada para arcar com essa ampla demanda de água.

Não precisa ser nenhum especialista no assunto para perceber que Natal carece de saneamento básico e de sistemas de escoamento, é “enfeitada” com vários buracos, e possui um crescimento desordenado no plano da urbanização, sem a mínima preocupação com a idéia do desenvolvimento sustentável, por exemplo.

Junto a isso, temos que ainda aceitar a lamentável realidade que grande parte da população é mal-educada e despreocupada com o meio ambiente. Basta ver a quantidade de lixo depositado nas ruas.

Certamente, os bueiros iriam entupir, carros iriam ficar submersos, tetos desabariam e atividades econômicas iriam ser interrompidas. Além disso, diante desses vários entraves que já foram citados, teríamos que enfrentar, muito provavelmente, pane no sistema elétrico, trânsito caótico, famílias desabrigadas, fora outras conseqüências que chuvas de grande intensidade provocam. Dificuldades indesejáveis, e ao mesmo tempo previsíveis

Entretanto, esse tipo de espetáculo poderia ser minimizado com uma boa conscientização dos cidadãos e um melhor investimento público. Temos que fazer por onde nossas ações não causem tantos impactos. E principalmente, o poder municipal precisa gerir e organizar sua atuação, focalizando objetivos concretos que diminuam o problema, estabelecendo regras e fazendo mudanças nas estruturas precárias da grande Natal. Antes que, literalmente, eles mesmos se afundem.

Marjorie Saunders

(CALL, 1º e 2º anos, terça-feira, sala 7)

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