O aprendizado da moral se dá a partir de exemplos. Isso é um fato. E, com base nessa afirmação, devemos propor a seguinte questão: Crianças que recebem castigos físicos não estariam aprendendo a conseguir o que querem por meio da violência, ao invés de aprenderem a se comportar melhor? O castigo físico não deve ser apenas desestimulado, e sim proibido de uma vez por todas para que a dignidade e a saúde dos nossos jovens possam ser preservadas.
Os pais podem não perceber, mas aquela “palmadinha” tão comum na punição de mau comportamento pode trazer várias consequências para a criança, como traumas que ela leva para o resto da vida ou ainda uma noção errônea sobre as relações de poder entre as pessoas: Ela entende que o mais forte sempre vai ter poder sobre o mais fraco, e isso o leva a ser um adulto agressivo, que acha que a forma certa de se relacionar com as pessoas é fazendo-as temê-lo ao invés de amá-lo.
Mas o castigo físico não é apenas prejudicial nesse ponto. Ele também prejudica a relação entre pais e filhos, que passa a ser baseada no medo, e não no carinho de que as crianças tanto precisam. Isso resulta numa pouca afetividade da criança em relação ao ambiente familiar, fazendo-a evitá-lo a todo custo e preferir passar seu tempo longe dalí. Além de todas as consequências que a punição física traz para a criança e sua família, ainda existe o fato de que esse é um ato totalmente antiético. Se um adulto não pode bater em outro adulto, então por que haveria de poder bater em uma criança? As leis do nosso país garantem, na teoria, que o desenvolvimento dos nossos jovens se dê longe de qualquer tipo de violência. Está na hora de darmos ao estatuto da criança e do adolescente a sua devida importância.
Mas apenas proibir o castigo corporal não vai resolver o problema. É preciso dar aos pais uma reeducação para que seus filhos possam ser corretamente educados. Isso pode ser feito a partir de campanhas de grande escala, que utilizem a mídia para conscientizar a todos.
Crianças educadas na base da violência se tornam, inevitavelmente, adultos agressivos que aplicam em seus filhos toda a brutalidade que aprendem com os pais. Chegou a hora de colocar um basta nesse ciclo vicioso no qual nossas famílias se aprisionaram.
Alessandra Macêdo de Oliveira
(CALL 1º e 2º anos, terça-feira, sala 7)
2 comentários:
Ótimo texto. Nele você demonstra, vielmente, a realidade de parte da população infantil e a contradição que essa "mera palmadinha" representa.
Meus parabéns
Ótimo texto. Nele você demonstra, fielmente, a realidade de parte da população infantil e a contradição que essa "mera palmadinha" representa.
Meus parabéns
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