Um dos maiores males de nossa época é a incomunicabilidade das pessoas. Já foi o tempo em que, mesmo nas grandes cidades, nos bairros residenciais, ao cair da tarde era costume os vizinhos se darem boa noite, levarem as cadeiras para as calçadas e ficarem falando da vida… dos outros.
A densidade demográfica, os apartamentos, a violência urbana, o rádio, tv e incontáveis tecnologias, ilharam cada indivíduo no “casulo” doméstico. Um exemplo claro dessa afirmação são os condôminos, tirante os raros e inevitáveis cumprimentos de praxe no elevador ou na garagem, praticamente nem se conhecem. E não são exceção. Neste caso, constituem a regra.
Daí que não entendo a pressão que volta e meia me fazem para navegar na internet. Um dos argumentos que me dão é que posso interagir com pessoas de outros lugares do mundo, entender suas culturas. Para mim, estão todos infectados com esse tal de tecnovírus, pois passam horas na frente dos computadores e deixam de lado o contato pessoal com os seres humanos.
Para vencer a incomunicabilidade, acredito que o internauta deva primeiro aprender a se comunicar com o vizinho de porta, de prédio, de rua. Passamos uns pelos outros com o desdém de nosso silêncio, de nossa cara amarrada. Os suicídios ocorrem porque, na hora do desespero, falta aquele vizinho que lhe deseje sinceramente uma boa noite.
Renata Karen
(CALL, terça-feira, sala 9)
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