segunda-feira, 31 de maio de 2010

O MUNDO COM SEDE

Por mais sérios que sejam as crises financeiras, de alimentos ou de energia, nenhuma é tão ameaçadora em relação ao futuro da humanidade quanto à perspectativa de escassez de água. Não dá para incentivar a "fabricação" de água por meio de pacotes econômicos e com ajustes nas taxas de juro. Tampouco é possível substituir a água por uma substância alternativa, como se faz com o petróleo, que pode ser trocado por outras fontes de energia. Não existe nenhuma "bioágua".

Quanto mais rica é uma nação, maior o consumo de água por habitante. Os países que não detêm fontes suficientes para a agricultura, importam água virtual (contida na produção de alimentos) de outras nações.

A água é um direito humano, e todos devem ter acesso a ela em quantidade suficiente para garantir a saúde, o desenvolvimento econômico e o bem-estar social. Mas, diante da escassez, a água cresce de valor econômico. E a oferta desse recurso natural - renovável, porém não inesgotável - corre risco de entrar numa crise profunda, pressionada cada vez mais pelo crescimento demográfico, pelas mudanças climáticas, pela contaminação das fontes e pelo desperdício.

Temos que nos conscientizar e não utilizar a água de uma forma exagerada, senão um dia não vamos mais tê-la. Se começarmos a racionalizar agora, não chegará o dia em que o homem terá que beber suas próprias lágrimas para saciar sua sede.

Renata Karen G. da Fonsêca

(CALL 1º e 2º anos, terça-feira, sala 9)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

QUEBRA-CABEÇA DE RAÇAS

Brasil. Nação que surgiu com a chegada dos portugueses, mas cujas origens recordam seus habitantes originais, os índios, e cujos costumes e tradições são um grande quebra-cabeça, formado por peças africanas, européias, e até mesmo orientais. Sendo um país de tamanha miscigenação, será possível que exista preconceito no Brasil?

Casos como o do índio pataxó Galdino dos Santos, que teve 95% do corpo queimado por estudantes de classe média, respondem a essa pergunta. Na verdade, a diversidade de povos só acirra essa batalha de raças, que estereotipa as pessoas em conceitos como "negro ladrão", "índio preguiçoso" e "branco mauricinho".

O surgimento desse racismo, no sentido mais puro da palavra, remonta a história do nosso Brasil, que mesmo em pleno século XXI, ainda traz resquícios da colônia que foi um dia. Mas ao contrário de países como a Índia, em que os grupos são isolados por castas, aqui vivemos e crescemos juntos.

E essa é a grande diferença. Aqui, independente de nossa cor, todos temos um pouco de tudo dentro de nós, pois no fundo somos um povo só: o brasileiro. E a luta contra o racismo significa, mais do que tudo, a afirmação da nossa nacionalidade.

Graziela Severiano da Costa

(CALL 1º e 2º anos, terça-feira, sala 8)


terça-feira, 18 de maio de 2010

O EXERCÍCIO DEMOCRÁTICO DE OPTAR

2010 é ano de eleição. Nos próximos meses, teremos alguns minutos roubados da programação televisiva para que os candidatos apresentem suas propostas e tentem, em determinados minutos, convencer os eleitores a digitarem seus números nas urnas. Sob o pretexto de fazer o melhor pela população brasileira, milhares de pessoas se candidatam a cargos como deputados, governadores, senadores e até presidentes, e cabe a nós escolher, com seriedade, aqueles que serão nossos representantes políticos e burocráticos pelos próximos quatro anos.

Sabemos, entretanto, que muitas vezes o discurso ensaiado e decorado pelos políticos para cativar os brasileiros não é posto em prática quando eles assumem seus cargos, prejudicando o modo de vida da população e fazendo com que percamos nossas esperanças nas palavras proferidas nas propagandas eleitorais. Não se leva mais a sério o que dizem aquelas pessoas que, apenas na teoria, mostram-se corretos.

É contraditório o discurso de que a democracia se exerce com o voto, quando vemos na televisão pessoas que usam das mais absurdas formas para conquistar a confiança dos eleitores. Danças, capas de super-homem e jingles inacreditavelmente chulos fazem parte das propagandas políticas e isso faz com que muitas pessoas votem por brincadeira, e unicamente porque não é algo facultativo.

É preciso que aqueles que se encaminhem às urnas tenham consciência de que o voto reflete diretamente no futuro do país. Os políticos não podem falar em democracia se, na verdade, um circo foi armado no horário eleitoral e as pessoas são induzidas a votar naqueles que são engraçados e apelam ao ridículo para se eleger. Em países como os Estados Unidos, os cidadãos não encaram como brincadeira as eleições, e por isso só votam aqueles que têm vontade de ver o país prosperar. O resultado, se não sai perfeito, sai bem melhor que o nosso.

Ditados populares costumam ser verdadeiros. "Qualidade é melhor que quantidade" não foge à regra. Se as pessoas votarem por opção, vão escolher pessoas sérias e unicamente porque acreditam na melhoria do Brasil, ao contrário daqueles que são eleitos por terem uma musiquinha marcante ou gastarem mais do que ganham (ora, de onde sai o dinheiro?) nas suas propagandas veiculadas.

Ana Clara de Araújo Maia.
(CALL 1º e 2º anos, terça-feira, sala 7)

A DIGNIDADE DO HOMEM E O TRABALHO

Durante a revolução industrial, o homem trabalhou em condições desumanas. Numa média de 18 horas por dia, sem ao menos sentar ou descansar. Todo o esforço era feito por esses homens para que pudessem sustentar suas famílias e a si próprios, poder viver. Porém eu indago: que vida? Se eles não tinham tempo para o lazer, descanso, família e realizações pessoais, não tinham tempo para viver. O mesmo acontece com muitos trabalhadores da sociedade atual. As pessoas trabalham para viver e vivem para trabalhar.

Afirmar que é o trabalho que dignifica o ser humano é mera ilusão. O homem não é digno apenas porque trabalha, ele é digno, principalmente, pelos valores que tem. Valores esses que são adquiridos através da família, meio em que vive, escolhas pessoais, momentos felizes. Não a partir da dor e humilhação provenientes de um esforço exagerado no trabalho que geralmente chacina o trabalhador.

O trabalho é um meio utilizado pela sociedade para qualificar o indivíduo: apenas aqueles que trabalham são providos de valores e respeito. Essa é uma ideia tão clichê e tão aceita pela população, que as pessoas que não se encontram em atividade, não se sentem parte dessa sociedade.

O trabalho, apesar de tudo, é o único meio justo que temos de conseguir aquelas valiosas notas de papel chamadas dinheiro, que, infelizmente, são essenciais para a estrutura da vida da pessoa. Sem dinheiro não temos como comprar alimento, vestuário e moradia, ou ter acesso a um atendimento médico necessário e de qualidade. Porém o trabalho não se torna justo quando é excessivo e não sobra tempo para o trabalhador ter uma vida privativa saudável, desfrutar de momentos de lazer com a família, poder educar seus filhos, apreciar a natureza e a vida, se conhecer. Trabalhar excessivamente não faz crescer. Muitas vezes essa ação diminui e massacra o ser humano.

As pessoas são escravas do trabalho. Elas vivem em um não querer e necessitar constante, de situações que vêm sendo impostas ao indivíduo por vários séculos. Esses indivíduos não trabalham simplesmente porque gostam, trabalham porque é preciso. E junto com o trabalho caminham a exploração e a falta de tempo para viver e ser feliz. Essa exploração não é suficiente para algumas pessoas questionarem seu direito de viver com dignidade sem humilhação e opressão. Não as culpo. Tudo isso é fruto de um mercado de trabalho exigente e competitivo, e de uma sociedade que cobra do indivíduo a sua presença nesse mercado.

Ana Clara da Silva Maia

(CALL 1º e 2º anos, terça-feira, sala 7)